Cheguei a casa dela deviam ser umas cinco e meia da tarde, depois de ter passado um sábado da minha vida com os olhos pregados num monitor a fazer a treta mais repetitiva que se possa imaginar.
Tinha a vista cansada e apetecia-me descansar um bocado, relaxar. Esperava fazê-lo na companhia dela, com uma boa refeição, um copo de vinho tinto, um passeio à beira mar…
As minhas esperanças foram completamente aniquiladas assim que ela me disse a segunda frase, tendo a primeira sido um “Olá”.
-Lembras-te dos S.?
-Quem?
-Aqueles meus amigos que conheceste daquela vez, no bar…
-Ah, sim, lembro. Que é que têm?
-Convidaram-me para ir lá passar o serão. Eu disse que já tinha planos, e que estava acompanhada por ti, mas eles insistiram e disseram para te levar e não fui capaz de dizer que não.
“Mas devias ter dito!” pensei eu. Claro que o que eu pensei deve ter aparecido estampado no meu rosto.
-Não fiques assim, eles até são divertidos…
Claro que dependia do conceito. E sobretudo da paciência que havia, e hoje não havia muita.
-Pá, para te ser sincero não estou muito nessa… Se calhar tu vais, que já te comprometeste, e eu rumo para outras paragens. Afinal, amigo não empata amigo…
Ela fuzilou-me com o olhar que eu tinha catalogado com o numero vinte e oito e que dizia inequivocamente “Deixa-te de tretas, vais e pronto”.
Encolhi os ombros e resignei-me.
Antes de continuar a desfilar esta memória, deixem-me esclarecer uma coisa, que pode ajudar a perceber a minha pouca propensão para ir. Embora nos déssemos extremamente bem a todos os níveis, e nos entendêssemos perfeitamente, ao ponto de muitas vezes não ser necessário dizer nada para que o outro entendesse, a verdade é que a nível social éramos azeite e agua.
Eu, roqueiro, tinha como amigos montanhas de gente despretensiosa, malta cujo o lema de vida era sexo, drogas e rock’n’roll. Muitos dos meus amigos eram músicos, profissionais e amadores, e quando estávamos todos juntos estávamos sempre bem… Desde que houvesse cerveja, porque se não houvesse, mudávamo-nos.
Ela, a tia de Cascais. Mais velha que eu uns anos, sempre cuidada e arranjada, roupas de marca, a maquilhagem certa, as lentes de contacto coloridas (com as quais eu embirrava solenemente pois não me deixavam ver os olhos dela, de um castanho mel lindíssimo) que condiziam com a roupa, e cujos amigos eram gente da classe média-alta ou alta, que davam aquelas festas aborrecidamente chiquérrimas.
Quando os nossos mundos colidiam havia, quer da parte dos amigos dela, quer dos meus, uma estranheza imensa, mas eu sempre relevei isso.
Mas tendo esclarecido este ponto, que ajudar, talvez, a explicar o porquê de eu preferir ir-me embora a ter de aturar um serão em casa dos S., voltemos às memórias.
Onde é que eu ia…?
Ah!
Depois de me fuzilar com o olhar, eu voltei-me para ela e argumentei.
-Olha lá, mas não vim minimamente preparado para ir a lado nenhum. Não tenho ai roupa, estou a precisar de um banho, e qual é o objectivo de vestir a t-shirt e as calças sujas depois de um banho?
-Calculei que dissesses qualquer coisa do género, por isso vai ver acima da minha cama. Está lá uma t-shirt lavada que te serve e um casaco que era do M. e que ainda ai ficou. Vê lá se te serve…
-Mas queres que eu me vista com roupa do teu ex.?
-E então?
Não valia a pena argumentar. Apesar do meu ar de poucos amigos, lá fui ver se o casaco me servia, uma vez que o M. era substancialmente mais baixo que eu. Infelizmente, era também bastante forte, pelo que o casaco até me serviu.
Fiz-lhe companhia durante um pouco na cozinha, enquanto ela começava a preparar o jantar. Queria jantar cedo para podermos estar lá às horas combinadas.
Ao fim de pouco tempo fui tomar o meu banho e quando sai estava já a comida em cima da mesa. Jantamos meio em silêncio, eu porque estava contrariado mas resignado e ela porque não queria forçar nada. Depois fomo-nos vestir.
Eu demorei os meus normais cinco minutos. Já ela…
…ao fim de meia hora ainda a esperava na sala. Mas finalmente apareceu.
-Estou pronta. Que é que achas?
Achei que me apetecia, ali, naquele momento, desfazer o trabalho todo que ela tinha tido, levá-la para a cama e parti-la ao meio.
Estava toda produzida da cabeça aos pés, o que contrariava um bocado a história do “é-só-um-serão-informal”. O vestido preto, liso, justo, que acabava quatro dedos acima do joelho, colava-se-lhe às formas e realçava-as e deixava ver o suficiente das suas pernas lindas, perfeitamente depiladas e com a pele morena ainda brilhante do creme hidratante, cuja elegância estava ainda mais realçada pelas sandálias de salto alto, pretas e simples, em que ela andava com uma segurança absoluta. Uma vez que o vestido deixava desnudas as suas costas, não usava soutien, o que deixava os seus mamilo pressionados contra o tecido, como se o quisessem furar, e apetecia-me chegar a ela e trincá-los, assim mesmo, por cima do tecido.
A maquilhagem de rosto, perfeita, fazia-a parecer uma capa de revista, linda. Claro que sempre a preferi ver ao natural, mas ainda assim, quando ela se produzia…
Ela notou o meu olhar.
-Em que é que estás a pensar?
-Em nada…
Ela sorriu, com aquele sorriso maroto que dizia tudo.
-Ainda bem. Podias estar a ter alguma ideia estranha, e nós agora não temos tempo…
-Ideia estranha? Eu?
-Sim…
-Pois, talvez, agora que falas nisso. Mas tu costumas gostar das minhas ideias estranhas…
-E agrada-me que as tenhas… Mas tem de ficar para mais logo.
-Isso é uma promessa?
-É. E nem é daquelas feitas por políticos…
Saímos de casa com um sorriso. Fomos no carro dela, e eu não me contive a pôr-lhe a mão em cima da perna e passar-lhe os dedos ao de leve, enquanto ela conduzia.
-Olha que eu estou a conduzir e ainda me desconcentras…
-Mas estou a fazer alguma coisa de mal?
-Não, mas eu conheço-te… Se não te digo nada, vais subindo…
-E era mau?
-Nada. Mas estando a conduzir pode ser chato.
-Eu contenho-me.
-Acho bem.
Lá chegamos ao nosso destino, um prédio alto cuja entrada era um indicio do quanto os apartamentos deviam ser luxuosos.
Entramos para o elevador. Ela, como qualquer mulher que se preze, aproveitou o espelho para ver se estava tudo bem, dar um ou outro toque no cabelo que a deixava exactamente igual, mas com a impressão de que não, enquanto o elevador prosseguia na sua marcha lenta prédio acima.
E eis que, por volta do quinto andar, o elevador pára com um solavanco ao mesmo tempo que ficamos mergulhados na escuridão, iluminados apenas por uma pequena luz de emergência.
-Bonito. Falha de electricidade… - disse eu.
-Bolas, pá… - disse ela com nervoso na voz - … se eu já detesto isto quando está a andar, ficar aqui fechada…
Puxei-a para mim e abracei-a, aninhando-a contra mim.
-Não te preocupes, a luz já volta e isto volta a andar…
-Espero que sim…
Eu também o esperava. Não que me metesse confusão estar dentro de um elevador parado quase às escuras, mas estar ali com ela, e ela assim…
…só me apetecia…
Enquanto a tinha abraçada a mim, ia-a mimando, passando com as minhas mãos ao longo do seu corpo, sentindo-lhe as formas coladas ao tecido leve. Queria beijar-lhe os lábios, tocar a sua língua, mas não queria estragar-lhe a maquilhagem. Afinal estávamos a três pisos do nosso destino. Mas que ela me apetecia…
As minhas mãos foram-se tornando audazes. Percorria-lhe o corpo, apalpava-a, subia até aos seus seios, sentia-lhe os mamilos por cima do tecido…
…e sentia o corpo dela a responder, a colar-se ao meu para me sentir.
Comecei a mordiscar-lhe os ombros desnudos enquanto as minhas mãos vagueavam pelo corpo dela.
-Tu não sejas mau…
-Estou a ser?
-Estás.
-Mas queres que eu pare?
Ela respirou fundo e deu-me uma dentada leve no pescoço.
-Não, podes ser mau mais um bocadinho…
E eu fui sendo…
A luz demorava na mesma proporção que a minha vontade dela aumentava. As minhas carícias foram-se tornando mais afoitas e as objecções dela, faladas ou pensadas, foram sendo derrubadas. Com ela ainda abraçada a mim, fui-lhe subindo o vestido.
-Tu és mesmo mau…
-Mesmo, mesmo?
-Mesmo, mesmo!
Larguei-a, ajoelhei-me no chão à frente dela, meti as mãos por dentro do vestido, subindo ao longo das suas pernas, agarrei o fio dental e fi-lo deslizar pernas abaixo, até aos pés. Ela, calmamente, sem uma palavra, levantou um pé e depois o outro, permitindo que eu lhe tirasse completamente a peça de roupa que guardei no bolso do casaco, atabalhoadamente.
Depois olhei para ela enquanto lhe subia a saia. Ela estava afogueada de tesão. Olhei para a cona dela, lisinha e depilada.
-Sabes que mais? – Disse-lhe – Já que não te beijo esses lábios bons para não estragar a maquilhagem, acho que me vou vingar nestes…
E com isto passei a minha língua insalivada pelo clítoris dela, fazendo com que ela tremesse um pouco e soltasse um pequeno gemido. Depois colei-lhe os lábios e chupei-a. Estava doce, tão doce…
Quando a senti já bem molhada comecei a fodê-la devagar, com dois dedos, enquanto a chupava.
-Se a luz volta agora… - Disse ela com uma voz perdida de tesão.
-É bom que não volte…
Continuei a fodê-la e a chupá-la. A situação em si e os imponderáveis faziam com que tudo fosse ainda mais excitante.
-Se passa alguém nas escadas…
-Vai ficar com uma inveja do caraças… - Disse-lhe eu.
Por esta altura ela só não escorria porque eu aproveitava cada gota do seu leite para satisfazer a minha sede dela, que ainda assim nunca estava satisfeita.
Ela por fim cedeu, não aguentou mais e veio-se na minha mão e boca, tentando conter os barulhos o mais possível. E eu a fazer os possíveis por que ela gemesse e gritasse mais…
Quando por fim acalmou só me disse com uma voz melada e com um fogo no olhar de pura tesão:
-Isso não se faz!
-Ai faz, faz! Até se faz pior…
Levantei-me, desapertei as calças, fi-la ficar de costas para mim, ela dobrou-se para a frente, agarrando-se ao varão do elevador, e eu, de uma só estocada fiz-me deslizar todo para dentro dela. Estava tão quente, tão…
…boa.
Sabíamos ambos que de um momento para o outro poderíamos ter de interromper esta pequena festa privada, pelo que não era altura para nos torturarmos. Fodi-a furiosamente, vigorosamente, a tentar controlar-me apenas para a levar a um orgasmo junto comigo que eu sabia que não demoraria…
…e não demorou!
Viemo-nos os dois intensamente, enquanto tentávamos controlar o barulho que fazíamos.
Quando acalmamos os dois ela só me dizia:
-Espera, não saias… - enquanto procurava os lenços de papel na sua mala.
Lá os encontrou e eu lá sai dela. Enquanto eu apertava as calças e ela se limpava a luz voltou de repente e o elevador arrancou com um solavanco. Ela, quase em pânico, passou-me os lenços com que se limpara para as mãos, desceu a saia, e olhou-se ao espelho para ver se não havia muitos estragos. Achou que estava tudo bem, respirou fundo, compôs-se e quando o elevador parou já nada se tinha passado. Enquanto lhe abria a porta ainda lhe sussurrei:
-Vês, não foi assim tão mau faltar a luz…
-Pois, por acaso não foi! – Respondeu ela piscando o olho.
Tocamos à porta e os S. vieram receber-nos. Entre os cumprimentos de circunstância lá veio a pergunta por parte da dona da casa:
-Não me digam que ficaram fechados no elevador!
-Foi, … - respondeu ela - …e foi horrível!
-Pois, calculo!
O senhor S. olhou para mim, e estranhamente para o meu casaco. Depois dirigiu-se a mim com um ar matreiro:
-Uma verdadeira seca, não? – e piscou-me o olho.
Levei a mão ao bolso do casaco e senti o fio dental dela meio fora do bolso. Sorri.
-Do pior, mesmo!
21 comentários:
Do pior é ficar com a garganta seca depois de ler isto...
Secou-se-te a garganta...?!?
:)
Foi... engoli em seco.
...mas tem lógica!
Afinal tem tudo a ver com o titulo...;)
:)
era o que eu ia dizer agora... :)
Vai um copinho com água?
:)
Para ti apenas tenho algumas palavras:
OBRIGADA PELA OPORTUNIDADE QUE ME DESTE PARA CONHECER O TEU ESPAÇO!
ADOREI-O
E
CLASSIFICO-O
COMO
PODEROSO
INTENSO
EXCITANTE
QUENTE
VICIANTE
EM SUMA
UMA PURA TESÃO!
Acompanhar-te-ei bem de perto, a tua essência, o power das tuas palavras, o misticismo que caracteriza tão bem este espaço encantador!
Thank´s for all
Bejo meu é teu
Eroticamente falando,
É um prazer receber-te.
Quanto aos elogios apenas posso agradecer.
Claro que, com tais adjectivos, deixaste-me babado...:)
Volta sempre. Espero que continues a acompanhar. Eu acompanhar-te-ei.
:)
e pensar que tem gente que não acredita na máxima...
"há males que vêm para o bem..."
Ainda eu achava que tinha uma mente tarada... ;)
Duda,
Não há males nem bens....
...há perspectivas e pontos de vista...;)
:)
Vontade de,
Podes até ter a mente...
...mas então eu tenho a vida?! ;)
:)
Damn, you're good, you're really good! ;)
Não sofri do mal da Retiro, a minha garrafa de água estava aqui ao lado.
MENINO, DE ONDE LHE VEIO TANTA INSPIRAÇÃO?!!!!
SORVI CADA PALAVRA DO SEU CONTO COMO SE FOSSE MEL PURÍSSIMO...
NOSSA!!!!!! QUE CALOR É ESSE QUE EU TÔ SENTINDO!!!!!!!
E OLHA QUE AQUI HOJE TÁ FAZENDO 12 GRAUS CENTÍGRADOS...
BEIJOS.... ARFANTES... NÃO CONSIGO NEM RESPIRAR DIREITO DEPOIS DESSE CONTO....
ESCREVA MAIS E MAIS, POR FAVOR... NÃO SEJA MAU....OU MELHOR, SEJA MUITO MAU....
Margarida,
And when i'm bad, i'm even better... ;)
Que sorte ter aí uma garrafinha de água...
:)
LeoaLoba,
Inspiração? Não foi precisa...
...é um relato! Como tal não é um conto, é uma memoria, como tantas outras que andam espalhadas por aqui!
Prometo continuar a ser mau... ;)
(sempre contribuo para a poupança de energia...)
:)
Are you? ;)
Indeed, i am.
:)
When i'm good, i'm good... but when i'm bad... i'm a lot better!
Being nasty is so good...
:)
Libertya,
Believe it, girl...
:)
Então agradável este site parece muito desenvolvido.........bom estilo:)
Amei Continua deste modo !!
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