…e aquele beijo, tantas vezes imaginado, esperado, desejado, queimava-lhe agora os lábios e deixava-lhe o corpo sem qualquer reacção, o coração a bater descompassado, provocava-lhe um torpor que o trespassava e o fazia sentir cada milímetro da sua pele e o toque suave das mãos que o abraçavam nas suas costas causava impressões indeléveis que jamais desapareceriam e que tornavam aquele momento eterno na sua lembrança, como que queimado a ferros, marca indelével do desejo que ambos sentiam enquanto as suas línguas se envolviam numa urgência calma de quem tinha ansiado demais mas que tinha agora todo o tempo do mundo, e quando as bocas se separaram, finalmente, os corpos falaram mais alto, a vontade do contacto da pele sobrepôs-se a tudo, as roupas escorreram para o chão, os corpos tocaram-se, provaram-se, enalteceram-se e ela provou-o finalmente, ao mesmo tempo que se dava a provar, sentiu finalmente a textura da pele fina que envolvia o seu sexo, lambeu-o, provou-o, sorveu-o, beijou-o, engoliu-o, por vezes em movimentos suaves e delicados, outras vezes com a voracidade de um predador que ataca a presa enquanto o sentia a satisfazer o seu apetite por ela lambendo-a e chupando-a, sorvendo cada gota da humidade que invadia o seu sexo, levando-a à loucura uma e outra vez, não lhe dando tréguas e lançando-a numa espiral de orgasmos que parecia não ter fim e que pareciam ser a confirmação de o quanto ele a queria, até ela, exausta lhe pedir para parar e assim sentir-se voltar à tona e respirar um pouco, mas os corpos falavam mais alto e ele, deitado ao lado dela, olha-a nos olhos, cola os seus lábios aos dela, afasta-se um pouco, toca-a sentindo quente, molhada, desejosa, massaja-a levemente, o que provoca de imediato uma cascata de sentimentos que lhe consegue ler no olhar, fixa os olhos nos dela, obriga-a a fixar os olhos nos dele, penetra-a com dois dedos, profundamente, toca-a, primeiro devagar, pequenas massagens suaves por dentro de si, que aumentam de intensidade conforme se dá cada vez mais, até a agarrar firmemente e com movimentos calculados, fortes a leva a descobrir cores nunca vistas, o ouvir as melodias dos anjos, a esquecer o seu ego e até a sua existência perdida em ondas de prazer nunca antes sentidas enquanto se sente derreter por completo, enquanto espasmos percorrem o seu corpo e está ainda no limbo quando o sente, finalmente, a entrar em si e oferece-se por inteiro, sem barreiras…