Multiplicidades

Era uma tarde quente. Muito quente. Impressionantemente quente.

Era final de Julho. Não havia uma brisa na rua e parece que ter as janelas abertas apenas contribuía para entrar mais calor, uma vez que tentar que houvesse alguma corrente de ar era um objectivo fútil.

O corpo fervia, em ebulição, transpirava.

Não me apetecia mexer. Mesmo.

Sentado na tua sala, a meio da tarde, numa cadeira, nu, …

…espero-te.

Entras, nua, tal como eu estou.

Não há só fogo no corpo por causa do calor. Há fogo nos teus olhos.

Vens direita a mim, sentas-te ao meu colo, de frente para mim, e colas os teus lábios aos meus…

O calor…

…do ar, dos corpos.

Beijas-me com sofreguidão. Não estas numa de fazer amor. Queres mesmo é foder-me e eu sinto isso.

Enquanto nos beijamos agarras o meu caralho ainda murcho e começas a massajar, devagar. Gosto quando o fazes assim e sei que gostas de o sentir a começar a ficar duro na tua mão.

Tiras a mão do meu caralho e quebras o beijo. Metes dois dedos na boca e começas a lambê-los. Depois leva-los à tua coninha, escancarada. Começas a masturbar-te. Adoro ver-te quando te masturbas para mim. Sentada, ao meu colo contorces-te. Os teus dedos vão explorando o teu sexo cada vez mais longe. Metes um dedo e começas num vaivém lento, enquanto levas também a outra mão lá para massajares o teu clítoris…

…e gemes.

Inclinas-te para a frente e os teus mamilos entumecidos roçam no meu peito. Estão tão rijos, bons…

Levo as minhas mãos aos teus peitos, massajo-os…

…a tua tesão parece aumentar…

…metes mais um dedo e fodes-te…

…tão bem…!

Sei que estás a caminho de um orgasmo. O teu corpo contorce-se, a tua respiração fica cada vez mais ofegante.

Levo os teus mamilos à minha boca, alternadamente. Chupo-os.

Cada vez que o faço lembro-me daquela vez, na praia, dentro do teu carro, em que só assim, a chupá-los, te levei a um orgasmo delicioso…

…e agora aqui outro chegava, os teus dedos já encharcados…

…tira-los do teu sexo e dás me a provar.

-Estou boa? – Perguntas. Os teus olhos queimam.

-Tão boa… - respondo.

O orgasmo chega enquanto te chupo os dedos cheios do teu sabor. Contorces-te, suspiras, gemes, gritas. Num espasmo fica um grito contido na tua garganta. Abraças-te a mim, encaixas a tua cabeça no meu ombro, e continuas em espasmos.

Finalmente sinto o teu corpo a acalmar. Levo a minha mão ao teu sexo e tiro um pouco do teu leite para provar.

-Estás mesmo tão boa… - digo-lhe.

Ela olha para mim, agarra no meu pau e, de uma só vez, enterra-se até ao fundo e prende-me nela. Ela sabe que adoro quando me faz isto. Ela quase tem outro orgasmo só da penetração. Deixa-se ficar quieta com a sua púbis colada à minha.

-Não te mexas. – Diz-me.

De repente, com dois movimentos rápidos, levanta-se e faz-se penetrar novamente, com força…

…e repete o movimento…

 …e repete…

…e repete…

-Deixa-me foder-te. – Sussurra-me ao ouvido – Quero foder-te, bem. Gostas assim?

A minha cabeça está enublada pela tesão. Sinto o sexo dela a fazer-se penetrar, a apertar o meu…

-Adoro o teu caralho bom… - continua a sussurrar.

-Eu assim não vou aguentar muito tempo…

-Aguenta. Não quero que te venhas cá dentro. Só quero que gozes. E que me faças gozar…

-Goza então. Fode-me.

-Gostas que te foda assim? Gostas que eu seja puta?

-Adoro…

Para minha surpresa, e pela primeira vez desde que estávamos junto, o orgasmo dela chegou, violento, fê-la arquear as costas, tive de a segurar para ela não cair, mas não acabou. Vinha-se em ondas de orgasmo, umas atrás das outras, apertava-me ritmicamente, fodia-me ao ritmo que o seu corpo ditava. Pela primeira vez experimentava um orgasmo múltiplo numa mulher.

Só ao fim de um largo tempo, com a força a faltar-lhe nas pernas para continuar ela parou.

Abraçou-se a mim com lágrimas a misturarem-se com o suor que lhe caia do rosto. Exausta.

E eu ali, controlado, depois de ter feito um esforço enorme, continuava com a tesão à flor da pele…

…e ela sabia-o.

Ajoelhou-se à minha frente, agarrou-me, começou a masturbar-me.

-Agora quero o meu leitinho… - Disse-me.

Mas agora estava eu resolvido a gozar.

Enquanto me masturbava começou por me lamber os testículos e depois foi subindo com a língua por mim, a dar pequenos toques. Só parava de me masturbar para esses toques. A suavidade da língua dela deixava-me louco.

Por fim, começa a sugar devagar a minha glande enquanto me masturbava com alguma força, apertava-me…

-Vem-te! – Diz.

Não, ainda não, penso. Adoro esta sensação de estar à beira, pronto para dar o salto, este ponto alto constante de onde não há mais sítio para onde ir senão mergulhar…

Começa a foder-me com a boca, a engolir o mais que pode, sinto-me a chegar à garganta dela, ponho as mãos por detrás da sua cabeça e ajudo-a a engolir mais um pouco.

-Fode-me assim com a tua boca. Faz-me vir assim…

Ela, dedicada, faz tudo para que o meu orgasmo chegue, e ele acaba por se tornar inadiável e chega com uma intensidade que eu não esperava.

Ela faz com que não se perca uma gota, bebe-me, devora-me, espreme-me, quer tudo…

…e eu dou-lhe tudo.

E quando já não tenho mais para dar, levanto-lhe a cabeça e beijo-lhe a boca cheia do meu sabor, devoramo-nos um ao outro.

Por fim, acabamos por ficar os dois extenuados, ela sentada no chão e eu ainda na cadeira, completamente encharcados em suor…

-Se calhar era boa ideia irmos tomar um duche… - digo-lhe eu, meio em jeito de pergunta.

-Sim. – Limita-se a responder-me com a voz a denotar a exaustão.

Levantamo-nos e dirigimo-nos para a casa de banho.

-Temos de fazer isto mais vezes… - Diz-me ela

-Sem duvidas… - Concordei sem reservas.