O que mais me fascina num grupo de pessoas são as interacções, e, quando estamos atentos, há sempre algo que sobressai.
Uma mulher como aquela ruiva, no meio de um bar, roubando todas as atenções para si e ofuscando todas as outras presenças femininas, tem um efeito estranho.
Após o embate inicial em que todas as mulheres se sentem chutadas para canto, a verdade é que a competitividade acaba por emergir e de repente todas querem ser melhores que ela, e, para isso, acabam por vezes por tomar opções que não tomariam e de que se arrependem mais tarde e por consumir mais álcool do que o que seria normal, na esperança de se tornarem mais afoitas e de libertarem a “sex symbol” que vive no interior de cada uma delas.
É minha firme opinião que deveria ser obrigatório por lei que cada bar tivesse em cada noite em que está aberto uma mulher assim. E porquê?
A mera presença dela aumentava astronomicamente as hipóteses de qualquer homem que ali estava sozinho de sair acompanhado, e dos que estavam acompanhados de chegar a porto seguro nessa noite. De repente todas as mulheres do bar queriam ser sensuais e glamourosas, numa tentativa de prender as atenções que estavam concentradas apenas naquela fêmea…
…e que fêmea.
Mas a minha história não continua aqui, neste bar, nesta noite, embora tenha sido a noite em que a observei, curioso, bem como à criatura angelical e desprezada que a acompanhava. E apesar do primeiro impacto me ter deixado deslumbrado, o facto de estar ali com uma excelente companhia e de não estar à procura de nada, fez com que passado pouco tempo a presença dela se começasse a desvanecer do meu espírito. Não que não olhasse para ela. Era impossível não o fazer. Mas não olhava com qualquer intenção de me aproximar ou com qualquer outra intenção que não fosse observar a rara beleza estética e harmonia de movimentos que ela tinha.
A minha história continua uma semana depois.
Fui sozinho para o Jardim do Tabaco para ver a banda de bares desses mesmos meus amigos. Cheguei cedo, como era meu costume. Muitas vezes chegava quando a banda ainda estava a fazer o ensaio de som, ajudava, e saia com eles para ir jantar e estarmos “na bacorada”.
Dessa vez, no entanto, quando cheguei não estava ninguém, pelo que, estando o bar praticamente vazio, escolhi uma mesa mais ou menos recatada que me desse uma boa visão do palco e do resto do bar. Estranhei a disposição das mesas, sendo que em frente ao palco havia uma correnteza delas com um cartão de “reservado”, mas não liguei muito.
Pedi uma bebida e deixei-me ficar apreciando o espaço, decorado com muito bom gosto, na companhia dos poucos que por ali estavam, e perdendo-me nos meus pensamentos.
O bar foi enchendo sem que eu desse por isso, de tão perdido que estava, até ao momento em que chegaram os meus amigos, as estrelas da festa. Entraram, viram-me e vieram direitos a mim.
-Olha o que anda por aqui hoje… Não me digas que atravessaste a ponte só para nos vir ver…
-É verdade, pá. Estava aborrecido e resolvi sair para ouvir barulho…
-Sim, que se estas na esperança de ouvir alguma coisa parecida com musica hoje, ouvi dizer que os “não-sei-quantos” estão a tocar em Santa Iria. – Brincou um deles.
-Não, vim mesmo só para ouvir barulho, por isso acho que estou no sítio certo.
-Mas estás sozinho ou ela foi retocar a maquilhagem?
-Não, estou sozinho, mesmo.
-Pá então não ficas ai.
-Então?
-Vens para ali para a frente, para a mesa VIP. É que hoje temos ai o pessoal da editora e mais uns quantos gajos, e por isso é que aquelas mesas estão ali. Sentas-te lá. Sempre ficas com o barulho mais próximo.
Aceitei a sugestão. A mesa, aliás o conjunto de mesas era comprido pelo que me sentei numa das pontas que ainda estava vazia sendo que a outra tinha já algumas pessoas que eu não conhecia e deixei-me estar.
Rapidamente foi chegando mais gente e a mesa foi sendo preenchida. E qual não foi o meu espanto quando percebi que estava à mesma mesa com o Joaquim de Almeida, que fumava o seu charuto e bebia um whisky, dois ou três jogadores do Futebol Clube do Porto que estavam ali porque tinham tido jogo com o Benfica nessa tarde, e com mais algumas pessoas que aparentemente eram conhecidas de toda a gente, embora eu não fizesse ideia de quem fossem. Nunca liguei muito ao “Jet Set”…
Mas foi então que elas chegaram, para meu espanto, causando o impacto que eu já tinha visto na semana anterior e se sentaram na mesma mesa que eu a muito pouca distância…
Uma mulher como aquela ruiva, no meio de um bar, roubando todas as atenções para si e ofuscando todas as outras presenças femininas, tem um efeito estranho.
Após o embate inicial em que todas as mulheres se sentem chutadas para canto, a verdade é que a competitividade acaba por emergir e de repente todas querem ser melhores que ela, e, para isso, acabam por vezes por tomar opções que não tomariam e de que se arrependem mais tarde e por consumir mais álcool do que o que seria normal, na esperança de se tornarem mais afoitas e de libertarem a “sex symbol” que vive no interior de cada uma delas.
É minha firme opinião que deveria ser obrigatório por lei que cada bar tivesse em cada noite em que está aberto uma mulher assim. E porquê?
A mera presença dela aumentava astronomicamente as hipóteses de qualquer homem que ali estava sozinho de sair acompanhado, e dos que estavam acompanhados de chegar a porto seguro nessa noite. De repente todas as mulheres do bar queriam ser sensuais e glamourosas, numa tentativa de prender as atenções que estavam concentradas apenas naquela fêmea…
…e que fêmea.
Mas a minha história não continua aqui, neste bar, nesta noite, embora tenha sido a noite em que a observei, curioso, bem como à criatura angelical e desprezada que a acompanhava. E apesar do primeiro impacto me ter deixado deslumbrado, o facto de estar ali com uma excelente companhia e de não estar à procura de nada, fez com que passado pouco tempo a presença dela se começasse a desvanecer do meu espírito. Não que não olhasse para ela. Era impossível não o fazer. Mas não olhava com qualquer intenção de me aproximar ou com qualquer outra intenção que não fosse observar a rara beleza estética e harmonia de movimentos que ela tinha.
A minha história continua uma semana depois.
Fui sozinho para o Jardim do Tabaco para ver a banda de bares desses mesmos meus amigos. Cheguei cedo, como era meu costume. Muitas vezes chegava quando a banda ainda estava a fazer o ensaio de som, ajudava, e saia com eles para ir jantar e estarmos “na bacorada”.
Dessa vez, no entanto, quando cheguei não estava ninguém, pelo que, estando o bar praticamente vazio, escolhi uma mesa mais ou menos recatada que me desse uma boa visão do palco e do resto do bar. Estranhei a disposição das mesas, sendo que em frente ao palco havia uma correnteza delas com um cartão de “reservado”, mas não liguei muito.
Pedi uma bebida e deixei-me ficar apreciando o espaço, decorado com muito bom gosto, na companhia dos poucos que por ali estavam, e perdendo-me nos meus pensamentos.
O bar foi enchendo sem que eu desse por isso, de tão perdido que estava, até ao momento em que chegaram os meus amigos, as estrelas da festa. Entraram, viram-me e vieram direitos a mim.
-Olha o que anda por aqui hoje… Não me digas que atravessaste a ponte só para nos vir ver…
-É verdade, pá. Estava aborrecido e resolvi sair para ouvir barulho…
-Sim, que se estas na esperança de ouvir alguma coisa parecida com musica hoje, ouvi dizer que os “não-sei-quantos” estão a tocar em Santa Iria. – Brincou um deles.
-Não, vim mesmo só para ouvir barulho, por isso acho que estou no sítio certo.
-Mas estás sozinho ou ela foi retocar a maquilhagem?
-Não, estou sozinho, mesmo.
-Pá então não ficas ai.
-Então?
-Vens para ali para a frente, para a mesa VIP. É que hoje temos ai o pessoal da editora e mais uns quantos gajos, e por isso é que aquelas mesas estão ali. Sentas-te lá. Sempre ficas com o barulho mais próximo.
Aceitei a sugestão. A mesa, aliás o conjunto de mesas era comprido pelo que me sentei numa das pontas que ainda estava vazia sendo que a outra tinha já algumas pessoas que eu não conhecia e deixei-me estar.
Rapidamente foi chegando mais gente e a mesa foi sendo preenchida. E qual não foi o meu espanto quando percebi que estava à mesma mesa com o Joaquim de Almeida, que fumava o seu charuto e bebia um whisky, dois ou três jogadores do Futebol Clube do Porto que estavam ali porque tinham tido jogo com o Benfica nessa tarde, e com mais algumas pessoas que aparentemente eram conhecidas de toda a gente, embora eu não fizesse ideia de quem fossem. Nunca liguei muito ao “Jet Set”…
Mas foi então que elas chegaram, para meu espanto, causando o impacto que eu já tinha visto na semana anterior e se sentaram na mesma mesa que eu a muito pouca distância…
11 comentários:
Mulheres que chamam assim a atenção enchem uma sala. :)
Eu não sou ruiva, mas nem por isso desconheço esta sensação. E não me desmintam quando digo que toda a mulher gosta de ser a chama de uma vela. E se gosta...
Apesar de ter o cabelo ruivo, em nada me identifico com a voluptuosidade que possuem como ícone, sou bem mais low-profile...
Toda a mulher tem o seu quê de charme, e todas o usam e abusam dele, ao seu jeito, ritmo e perfil.
Concordo com a retiro o que disse, toda a mulher gosta, e muito!
:)
Vontade de,
...e só com a presença...
:)
retiro o que disse,
Claro que gosta. Mas diz-me lá se o que eu digo não está certo de que quando não o são, por exemplo, porque há uma presença maior, não há um esforço para tentar ficar no mesmo patamar?
:)
Libertya,
Não podia concordar mais contigo. Tadas as mulheres tem o seu quê de charme.
Mas a história ainda não acabou... ;)
:)
claro que há! é vê-las rir alto e mexer nos cabelos. Retocar maquilhagem a toda a hora e fazer figurinhas em danças "roça que roça" com gajos desconhecidos.
Mas muitos continuam a ir na mesma sozinhos embora...
retiro o que disse,
Muitos vão...
Mas a percentagem dos que saem acompanhados sobe exponencialmente...
:)
Eu sei que não, e algo me diz... que não vai ter um desfecho... diferente.
:)
O não está ali a mais (erro)... e tal como intuia... assim se revela.
:)
Libertya,
;)
:)
Enviar um comentário