Estava com a cabeça completamente fodida.
Depois do que falámos era difícil sequer pensar.
Como é que era possível?
Estava passado.
Fumava um charro atrás do outro com a esperança de que o Haxixe me adormecesse o espírito e o corpo. Apetecia-me apanhar uma bebedeira, mas não havia álcool por ali, por isso vingava-me no que tinha.
Sentia-me aéreo, como se flutuasse, e esperava, mas ainda assim, não esquecia e as palavras não me saiam da cabeça.
Fui forçado a sair do reino dos meus pensamentos pelo toque do telemóvel.
-Sim?
-Pá, afinal hoje não vai dar… Já tas aí?
-Há duas horas, caralho. Uma seca de duas horas e dizes que já não há nada?
-Pa, desculpa, mas é que…
Foda-se! Há sempre um “mas é que…”. Só para mim é que não pode haver.
-Pá, caga lá nas desculpas. Não aparecem, não é? Que se foda.
E desliguei. Desculpas de merda para quê?
Fui para o carro. Sentei-me e quando o ia para ligar o meu corpo começou a tremer e quando dei por mim chorava convulsivamente.
Peguei no telemóvel. Tinha de falar com alguém. Marquei o numero de cor. Já não marcava aquele numero há 8 anos.
-Sim? – Atendeu ela do outro lado, com a mesma doçura como sempre o fazia, embora a voz estivesse mais áspera, mais madura ainda.
-Olá. – ela ficou muda por uns segundos, assim que reconheceu a voz – Está tudo bem contigo?
-Meu anjo, há quanto tempo… E contigo?
Não consegui responder. Ela ouviu os meus soluços do outro lado.
-Que se passa, meu querido? – Perguntou.
-Tudo. Desculpa, eu não te devia ter ligado, mas apetecia-me tanto falar com alguém… Mas não tenho o direito de te incomodar. Já perdi esse direito há muito tempo.
-Deixa de ser parvo. Olha, estou sozinha em casa, não queres vir até cá e falamos um bocadinho?
Apesar de relutante, acabei por aceitar e meti-me à estrada.
Precisava mesmo tirar de cima dos ombros o peso que sentia e sabia que ela entenderia.
Vinte minutos depois estacionava à porta dela.
Depois do que falámos era difícil sequer pensar.
Como é que era possível?
Estava passado.
Fumava um charro atrás do outro com a esperança de que o Haxixe me adormecesse o espírito e o corpo. Apetecia-me apanhar uma bebedeira, mas não havia álcool por ali, por isso vingava-me no que tinha.
Sentia-me aéreo, como se flutuasse, e esperava, mas ainda assim, não esquecia e as palavras não me saiam da cabeça.
Fui forçado a sair do reino dos meus pensamentos pelo toque do telemóvel.
-Sim?
-Pá, afinal hoje não vai dar… Já tas aí?
-Há duas horas, caralho. Uma seca de duas horas e dizes que já não há nada?
-Pa, desculpa, mas é que…
Foda-se! Há sempre um “mas é que…”. Só para mim é que não pode haver.
-Pá, caga lá nas desculpas. Não aparecem, não é? Que se foda.
E desliguei. Desculpas de merda para quê?
Fui para o carro. Sentei-me e quando o ia para ligar o meu corpo começou a tremer e quando dei por mim chorava convulsivamente.
Peguei no telemóvel. Tinha de falar com alguém. Marquei o numero de cor. Já não marcava aquele numero há 8 anos.
-Sim? – Atendeu ela do outro lado, com a mesma doçura como sempre o fazia, embora a voz estivesse mais áspera, mais madura ainda.
-Olá. – ela ficou muda por uns segundos, assim que reconheceu a voz – Está tudo bem contigo?
-Meu anjo, há quanto tempo… E contigo?
Não consegui responder. Ela ouviu os meus soluços do outro lado.
-Que se passa, meu querido? – Perguntou.
-Tudo. Desculpa, eu não te devia ter ligado, mas apetecia-me tanto falar com alguém… Mas não tenho o direito de te incomodar. Já perdi esse direito há muito tempo.
-Deixa de ser parvo. Olha, estou sozinha em casa, não queres vir até cá e falamos um bocadinho?
Apesar de relutante, acabei por aceitar e meti-me à estrada.
Precisava mesmo tirar de cima dos ombros o peso que sentia e sabia que ela entenderia.
Vinte minutos depois estacionava à porta dela.
3 comentários:
E é por aqui que começo a libert(y)ar-me...
Post a post, irei lê-los um a um!
Beijo libertyo
Espero que gostes do que vais ler :)
Beijo
E como...
;)
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