Toque

Quando cheguei ao pé dela encontrei-a sentada no muro a contemplar a vastidão do oceano sem fim, na casa da Guia, em Cascais. Tive de me conter para não a agarrar logo ali, mas contive. Cumprimentámo-nos como bons amigos que éramos, naturalmente. Sentei-me no muro ao lado dela.
-Não queres beber ou café, ou assim? – Perguntou-me.
-Não, estou bem. Bebi há bocado, antes de sair de casa.
Ela sorriu. Sentia-a melancólica.
-Já viste esta paisagem?
-Já, é absolutamente espectacular.
-Gosto imenso de vir para aqui e ficar só a ver o mar, nestes dias calmos. Parece que o mundo não tem fim…
-Parece que a nossa alma não tem fim. – Disse-lhe eu.
Ela olhou para mim, surpreendida pela minha resposta. Ficou um bocado em silêncio, a contemplar a paisagem, e eu fiz-lhe companhia. Depois virou-se para mim, olhou-me nos olhos durante algum tempo, com um ar absolutamente sério e sereno.
-Queres ir até outro lado qualquer?
-Sim, podemos ir. Por mim, estou contigo.
-Então vamos.
Levantamo-nos, atravessamos a quinta e fomos ao encontro dos nossos carros. O dela estava mais próximo da entrada, pelo que ela me disse a direcção que ia tomar e que me esperava um pouco mais à frente, para sair dali da confusão dos estacionamentos. Eu entrei no meu carro, e segui na direcção indicada, à procura do carro dela. Não demorei a encontrá-la estacionada à beira da estrada, fiz-lhe sinais de luzes e ela arrancou à minha frente.
Passamos o Guincho e suspeitei que ela queria ir para a praia do abano. A minha suspeita era fundada e fundamentada pelo facto de já uma vez lá termos estado antes. Gostei imenso do sítio, sobretudo porque, talvez devido ao facto de o caminho para lá ser bastante difícil, nunca haver lá quase ninguém.
Chegados ao largo, ela estacionou de frente para o mar e eu estacionei do lado esquerdo do carro dela. Como o meu carro era maior, mais espaçoso, e o vento se fazia sentir com intensidade, ela limitou-se a passar do carro dela para o meu. Sentou-se, acendeu um cigarro, eu imitei-a, e ficamos em silêncio enquanto víamos o sol a reflectir no oceano à nossa frente e apreciávamos o fumo.
Quando acabamos os cigarros inclinei-me para ela, e tomei-a nos meus braços, colei a minha boca à dela num beijo cheio de saudade. Também desejo, também paixão, mas principalmente saudade. Um beijo que lhe afirmava o quanto eu a queria e o quanto tinha sentido a sua falta. Um beijo que foi respondido por ela, da mesma maneira, com a mesma intensidade, e tal como a tomei, ela entregou-se totalmente a mim.
Deu a volta no banco para se poder deitar ao meu colo, e ficamos assim, não sei quanto tempo, porque perdi completamente a noção, apenas a mimarmo-nos, a contemplarmo-nos, com beijos de mimo…
…mas cuja intensidade foi subindo…
…e as mão, ávidas, já deslizavam pelos corpos um do outro em busca de algo mais.
A minha mão, mais atrevida, deslizou por debaixo da camisola de lã que ela usava e procurou o seu seio, ainda coberto por uma camisola interior e pelo soutien. Não satisfeita, desentalou a camisola interior das calças de ganga para sentir a sua pele, deslizou novamente ao longo do corpo, introduziu-se por baixo do meio do soutien, levantou-o, libertando o seio, e repousou sobre este, sentindo-o, massajando-o…
…e os beijos tornaram-se ainda mais intensos e sentia o seu mamilo a endurecer contra a palma da minha mão…
Neste momento estava bem assim, não precisava de mais nada, só de lhe dar carinho. Sabia-me bem a envolvência. Mas é ela quem leva a sua mão à minha e a faz deslizar até ao seu ventre, faz com que eu comece a entrar por dentro das suas calças…
…e é ela quem as desaperta para que a minha mão entre e deslize por dentro da sua roupa interior, e procure o seu sexo…
…quebra o beijo com um suspiro longo quando a começo a tocar, a massajar o seu clítoris, e sinto a sua cona completamente molhada, excitada, sem duvida, por toda a envolvência que sentíamos. Depois leva a sua mão ao meu cinto, que desaperta com destreza, abre-me as calças, mete a mão por dentro delas, procura a abertura dos meus boxers e agarra-me, sentindo na sua mão a tesão que sentia já de encontro ao seu corpo, e masturba-me lentamente, provocando-me um calafrio ao longo da espinha, uma sensação doce…
A minha mão intensifica os movimentos. Quero dar-lhe prazer, fazê-la sentir no corpo o que me vai na alma, vou mais longe, penetro-a com um dedo, depois outro, enquanto a palma da minha mão contínua encostada ao seu clítoris, massajando-a…
…ela prende a respiração…
…solta depois um gemido enorme, abre os olhos, fixa-os nos meus, bem fundo, e posso ler neles tudo o que quero ler, vejo-a, sinto-a, quero-a, ela agarra o meu pescoço, puxa-me para ela, cola os lábios aos meus num beijo inexplicável…
…e os meus dedos fazem movimentos de vai vem na sua cona quente, tão quente que me parece impossível, e sinto o movimento das suas ancas a querer que eu vá mais fundo, fodo-a com doçura, com calma, levo-a devagar…
…não quero que o orgasmo dela seja apenas intenso, quero que seja pleno…
…e tudo no mundo à minha volta desaparece, à excepção da sensação dos seus lábios nos meus, da sua língua na minha e da sua cona molhada a envolver os meus dedos…
…e ela solta um gemido que parece arrancado das profundidades da sua alma e prende a respiração e sinto as suas contracções, sinto-a a vir-se, a dar-se…
…e depois sinto-a desfalecer, agarro-a contra mim.
Ficamos assim uns instantes, absolutamente quietos, abraçados.
Depois ela abre os olhos, olha para mim, depois volta-se para ver o meu caralho, sorri, ajeita-se no banco, fazendo com que a minha mão saísse de dentro dela, toca-me com a ponta da língua provando a pequena gota, fruto da excitação que havia entre nos, e depois, sem aviso, cola os lábios à minha glande e começa a fazer a boca deslizar ao longo de mim até me engolir quase por inteiro, arrancando-me um “foda-se” com o que me fez sentir.
Depois começou a foder-me, pura e simplesmente, com a boca, num movimento de vaivém calculado, milimétrico, querendo provocar prazer…
…e conseguindo, sentindo-me cada vem mais excitado…
-Vou-me vir… - Avisei-a quando já não aguentava mais, não sabendo qual seria a sua atitude. A atitude foi intensificar ainda mais a foda que me estava a proporcionar e fazer-me derramar o meu sémen na sua boca, que engoliu deliciada até à ultima gota.
Quando sentiu a minha tesão começar a desfalecer, largou-me finalmente e ajeitou-se para se deitar novamente ao meu colo, e beijamo-nos, longamente, apaixonadamente…
Ainda deitada ao meu colo, fumamos um cigarro enquanto víamos o sol a pôr-se e a deixar a água luminosa com reflexos de fogo.
E por fim, voltou ao seu carro e voltamos as nossas vidas…



32 comentários:

Tulipa Negra disse...

Eu não devia vir aqui durante o horário de trabalho... :)

Anónimo disse...

Tulipa Negra,

Porquê? ;)


:)

Tulipa Negra disse...

Ulisses,
obviamente porque devia estar a trabalhar e não a ler blogues. Que outro motivo poderia haver? ;)

Anónimo disse...

Tulipa Negra,

...sei lá! Não especificaste e eu, como gajo que sou, fiquei à toa...

LOL

:)

Tulipa Negra disse...

Ulisses,
E eu, como gaja que sou, se calhar fiz de propósito... ou não. :)

Anónimo disse...

Tulipa Negra,

mmmmmm!

Mais uma duvida existêncial...
...se continuarmos nisto, ficamos nesta coment box o resto da vida...

:)

Stargazer disse...

Ulisses,

Acho que ainda não te disse, mas adoro os teus textos. Gosto, pronto! Isto nem parece um comentário meu, mas que queres, deixaste-me sem verve!

Beijo pronunciado,

Dora disse...

Isto de vir aqui ler estas coisas a meio da tarde...é mau, pronto. Quem é que me atura agora?

Anónimo disse...

Stargazer,

Vindo de ti e tendo em linha de conta a maneira como escreves (que eu admiro imenso, a ponto de muitas vezes te comentar só para dizer que estive e li, porque acho sempre que já disseste tudo), as tuas palavras tornam-se imensas!
Obrigado.

:)

Anónimo disse...

Dora,

Tens uma sugestão lá atrás (lembras-te?) para apaziguar o stress no local de trabalho... ;)

:)

Vontade de disse...

Quando as situações são assim intensas, sem dúvida é a saudade que impera.

Anónimo disse...

Lamento que a imagem não corresponda à tal visão do oceano através do tal muro... na casa da Guia.



[Vem aí qualquer coisa melhor??? É que se vem nem me recomponho...]
;))

Anónimo disse...

Vontade de,

Indubitávelmente...

:)

Anónimo disse...

@tt,

É verdade, não corresponde.
Mas corresponde à vista do largo que está acima da Praia do Abano, sítio lindíssimo, diga-se...

:)

Louise disse...

Pois... eu já aprendi que durante o dia não posso vir ler... impossível - ainda se dava uma catástrofe.

Mas à noite nunca resisto... e os teus posts melhoram, sem dúvida, as minhas noites ;)

Anónimo disse...

Ai homem que deixas uma mulher sem palavras, e olha que isso não é tarefa facil!

Margarida disse...

O Ulisses voltou!!! :D
Adorei, como sempre!

Anónimo disse...

Ulisses, sei perfeitamente onde estou.




No meu blog já surgiu o Abano quase no mesmo formato que a imagem do teu post... e de minha autoria.


Bj*te

Anónimo disse...

Louise,

Fico extremamente agradado de contribuir para o teu bem estar psíquico e, quiçá, físico... LOL

Obrigado

:)

Anónimo disse...

Margarida,

Obrigado, 'miga!

:)

Anónimo disse...

@tt,

Ainda bem que conheces o sítio. Adoro-o, mesmo.
Claro que a paisagem da casa da Guia também é espectacular, mas ali, no Abano, sobretudo quando está deserto, há uma sensação de local ainda selvagem...

:)

Stargazer disse...

Ulisses,

é mútuo. Adoro passar por cá, mesmo que nem sempre deixe um comentário. E - confesso - ADORO as tuas visitas. Aquecem-me...

Beijo quentinho,

Anónimo disse...

Stargazer,

(...)

:)

A Loira disse...

Eu estou com a Túlipa Negra, chego agora ao trabalho e venho ler isto, não devia mesmo.

Anónimo disse...

Vera,

Tou a ver que, daqui a nada fazem um abaixo assinado para eu postar só a seguir às 18:00, não? LOLLOLLOL

(mas tb, não adiantava... chegavam no dia a seguir e "Pimba" - LOL)

:)

Tulipa Negra disse...

Por mim, pode ser a partir das 17h, eu até estou noutro fuso horário. :D

Anónimo disse...

Tulipa Negra,

OK, eu prometo dar sérias considerações à questão...

LOL

:)

Purple disse...

Realmente às 16h ler isto não é saudável.

Da próxima vez, guardo a curiosidade para uma hora mais...nocturna.

Beijinhu

Anónimo disse...

Purple,

Mas, afinal, porquê?
Não é saudável?

É que isto tá cheio de comentários aparentados, mas não consigo ver o porquê... ;)

LOL

:)

Anónimo disse...

Waldorfa,

Sem palavras? Uma mulher sem palavras é como um café descafeiado...
parece igual, tem o mesmo cheiro, tem o mesmo sabor, mas não "bate"...

(pelos vistos tenho um efeito estranho LOL)

:)

mentira disse...

um luxo, tuas luxúrias...

Anónimo disse...

Tianne,

Muito obrigado.

:)