...em que a minha visão se turva e saio do mundo real que se estende para lá de mim e entro no mundo real que existe dentro de mim.
É nesses momentos, fugazes, que consigo a paz e me reequilibro.
O mundo dentro de mim é austero, pouco luminoso, mas concreto, feito de linhas rectas, detalhado, organizado e planeado.
É um mundo sem desejo, sem frustração. Sem necessidade. Um mundo que progride porque é harmonioso, limpo.
E quando esses momentos acabam, e se cai no mundo cá de fora, onde achamos o caos por não conseguir perceber o plano, encalho de novo aqui.
E tenho de respirar fundo só para pôr a funcionar a minha mascara e conseguir encarar os exemplares de homo sapiens que se passeiam à minha frente. Este pináculo da evolução primata.
Muitas vezes acho que um chimpanzé barbeado faria menos macacadas…
1 comentário:
Belo texto. Pena haver tantos primatas mascarados de humanos. Também prefiro os genuínos, que fazem menos mal!
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